Paragominas, a cidade mais invejada da Amazônia
Exame
Paragominas, no Pará, já foi chamada de “Paragobalas” — uma cidade marcada pela violência e pelo desmatamento. Hoje serve de inspiração para outros municípios que querem ser verdes
Niedermeier, da ONG TNC, e Maraschin, produtor rural: ajuda para entender e cumprir a legislação ambiental vigente
Paragominas - Em meados de junho, o biólogo paulista Ricardo Ribeiro Rodrigues passou o dia em uma sala de um sindicato rural, um pequeno prédio numa cidade de 90 000 habitantes do Pará.
Ele, que é professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, e especialista em restauração ecológica de áreas degradadas, se reuniu com 13 grandes produtores rurais. Tendo nas mãos um mapa detalhado de suas propriedades, Ribeiro começou a conversa descrevendo com entusiasmo as fazendas — que ele visitara em dias anteriores.
Elogiou dos funcionários que o receberam às condições do pasto. E só quando sentiu o clima da prosa suficientemente leve trouxe à tona o que realmente interessava: os problemas ambientais de cada um. Mostrou o déficit de reserva legal (área de mata nativa que deve permanecer intocada) e passou a discutir as compensações necessárias para adequar as fazendas à legislação.
Os produtores escutaram de Rodrigues que, para cumprir a lei, teriam de arrumar centenas de hectares de florestas — no caso mais extremo, um dos fazendeiros “deve” 500 hectares de mata nativa, mais que 500 campos de futebol. Ainda assim, ninguém se alterou, e a discussão sobre como equacionar o passivo prosseguiu no mesmo tom.
Ribeiro estava em Paragominas, cidade no nordeste do Pará, a 300 quilômetros de Belém. E é isso que explica a atmosfera da situação descrita acima.
Enquanto no resto do Brasil a polêmica em torno da reforma do Código Florestal faz com que ambientalistas e ruralistas vivam às turras, Paragominas está envolta num clima diferente. A cidade está incrustada na Amazônia e foi durante muito tempo um dos maiores símbolos de sua destruição.
Lá, até a década passada, desmatava-se como em poucos outros lugares da Região Norte. Prova disso é que o município já abrigou o maior polo madeireiro ilegal do país.
E essa ilegalidade veio acompanhada de violência, o que fez com que muitos se referissem à cidade como “Paragobalas”. Nos idos de 2000, graças à presença de centenas de carvoarias, ela estava constantemente imersa numa nuvem de fumaça.
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Elogiou dos funcionários que o receberam às condições do pasto. E só quando sentiu o clima da prosa suficientemente leve trouxe à tona o que realmente interessava: os problemas ambientais de cada um. Mostrou o déficit de reserva legal (área de mata nativa que deve permanecer intocada) e passou a discutir as compensações necessárias para adequar as fazendas à legislação.
Os produtores escutaram de Rodrigues que, para cumprir a lei, teriam de arrumar centenas de hectares de florestas — no caso mais extremo, um dos fazendeiros “deve” 500 hectares de mata nativa, mais que 500 campos de futebol. Ainda assim, ninguém se alterou, e a discussão sobre como equacionar o passivo prosseguiu no mesmo tom.
Ribeiro estava em Paragominas, cidade no nordeste do Pará, a 300 quilômetros de Belém. E é isso que explica a atmosfera da situação descrita acima.
Enquanto no resto do Brasil a polêmica em torno da reforma do Código Florestal faz com que ambientalistas e ruralistas vivam às turras, Paragominas está envolta num clima diferente. A cidade está incrustada na Amazônia e foi durante muito tempo um dos maiores símbolos de sua destruição.
Lá, até a década passada, desmatava-se como em poucos outros lugares da Região Norte. Prova disso é que o município já abrigou o maior polo madeireiro ilegal do país.
E essa ilegalidade veio acompanhada de violência, o que fez com que muitos se referissem à cidade como “Paragobalas”. Nos idos de 2000, graças à presença de centenas de carvoarias, ela estava constantemente imersa numa nuvem de fumaça.
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