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sábado, 2 de janeiro de 2016

Moradores de Mariana esperam por lugar definitivo para morar em 2016

Moradores de Mariana esperam por lugar definitivo para morar em 2016

Vítimas da tragédia da lama aproveitaram primeiro dia do ano para ir à igreja e falaram sobre a esperança de conseguir uma casa nova.


Em Minas Gerais, os moradores de vilarejos destruídos pelo rompimento da barragem da Samarco dizem que a grande esperança, para 2016, é conseguir um lugar definitivo para morar. Muita gente aproveitou o primeiro dia do ano pra ir à igreja.
Com fé, dona Maria Irene e seu Zezinho começaram o ano. As orações foram longe dos amigos e da igrejinha no vilarejo de Bento Rodrigues, que ficava a poucos metros da casa onde moravam. No centro histórico de Mariana, o casal manteve a tradição de assistir à primeira missa do ano.
“A gente encontrava todo mundo, abraçando. As pessoas que estavam na missa a gente cumprimentava, desejava também feliz ano novo pra todo mundo”, diz a pensionista Maria Irene de Deus.
Retomar a vida ainda é difícil para quem conhecia todos os moradores pelo nome, pelo apelido. “Estão todos separados. Não tem como reunir todo mundo”, ela destaca.
O prazo para que as famílias recebam o valor de um acordo inicial entre a Samarco e o Ministério Público para que elas possam começar a retomar suas vidas vence no fim deste mês. Por enquanto, elas estão em casas alugadas. Apenas quatro dessas famílias preferiram ficar em hotéis. Para quem perdeu tudo na lama, 2016 só faz sentido a partir de uma palavra: recomeço.
E, enquanto o recomeço não chega, por lá, é tudo temporário. “Em um apartamento está a minha mãe, no outro, minha irmã. E na parte de cima, está o meu apartamento e da minha sogra”, explica Fernando Aparecido dos Santos, vigilante desempregado.
São dezesseis pessoas da mesma família em quatro apartamentos no mesmo prédio.
Para amenizar a dor, a família se reuniu com alguns amigos do prédio vizinho, que também moravam em Bento Rodrigues, e comemoram a chegada de 2016 com churrasco e esperança.
"Que Deus dê nosso lugarzinho de novo, que a gente possa ficar juntos, reunidos, a gente fica numa casa assim, mas não é igual ao lar que a gente tinha", desabafa a dona de casa Geralda da Penha.

“Não arreda o pé, nós queremos um Bento com as mesmas características que eram lá, vizinho com vizinho, igreja, praças, escola e ginásio. Então, isso que é nosso objetivo. Se Deus quiser e isso acontecer, nós vamos ficar bastante feliz”, diz José do Nascimento Jesus, presidente da Associação de Moradores de Bento Rodrigues.

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