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quinta-feira, 31 de março de 2016

Dama Zaha Hadid falece aos 65 anos de idade

Dama Zaha Hadid falece aos 65 anos de idade

©  Steve Double
É com pesar que informamos que a Dame Zaha Hadid, provavelmente a arquiteta mais conhecida do mundo e primeira mulher a vencer o Prêmio Pritzker de Arquitetura, faleceu hoje aos 65 anos de idade.
Responsável por projetos como a Opera House de Guangzhou e o Centro Aquático dos Jogos Olímpicos de Londres, Hadid e seu escritório tiveram uma carreira impressionante, com projetos de grande porte em andamento por todo o mundo.
Este ano, Hadid se tornou a primeira mulher a receber a RIBA Gold Medal, o maior prêmio de arquitetura do Reino Unido, pelo conjunto de sua obra. Além disso, Hadid foi também a única mulher a ter recebido o Prêmio Pritzker individualmente, sem dividi-lo com outro arquiteto.
Hadid sofria de bronquite e estava internada em um hospital em Miami, quando sofreu uma parada cardíaca.
Leia, a seguir, a declaração oficial divulgada pelo escritório Zaha Hadid Architects:
"É com grande pesar que Zaha Hadid Architects confirma que a Dama Zaha Hadid faleceu subitamente em Miami nas primeiras horas desta manhã. Ela havia contraído bronquite no início desta semana e sofreu um ataque cardíaco quando estava internada no hospital.

Zaha Hadid era amplamente conhecida por ser a maior arquiteta do mundo na atualidade. Nascida em Bagdá em 1950, estudou matemática na American University of Beirut antes de iniciar sua jornada arquitetônica em 1972 na Architectural Association de Londres.

Em 1979, estabeleceu seu próprio escritório em Londres – Zaha Hadid Architects – ganhando reputação em todo o mundo com seus trabalhos teóricos inovadoras, entre os quais The Peak em Hong Kong (1983), o Kurfürstendamm em Berlim (1986) e a Cardiff Bay Opera House no País de Gales (1994).

Trabalhando com seu sócio Patrik Schumacher, seu interesse estava na interface entre arquitetura, paisagem e geologia; que seu escritório integra através do uso de tecnologias inovadoras, frequentemente resultando em formas arquitetônicas inesperadas e dinâmicas.

Em 2004, Zaha Hadid se tornou a primeira mulher a receber  o Prêmio Pritzker de Arquitetura. Ela também venceu duas vezes o prêmio mais prestigiado de arquitetura do Reino Unido, o RIBA Stirling Prize.

Entre os outros prêmios de Zaha Hadid estão o Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres da França, o Praemium Imperiale do Japão, e em 2012 Zaha Hadid foi condecorada com o título de “Dame Commander of the Order of the British Empire”. Foi nomeada Membro Honorário da American Academy of Arts and Letterse membro do American Institute of Architecture.

Desempenhou diversos postos acadêmicos, incluindo a Kenzo Tange Chair na Graduate School of Design de Harvard e a Sullivan Chair na School of Architecture da Universidade de Illinois. Hadid também liderou estúdios nas universidades de Columbia, Yale e de Artes Aplicadas de Viena.

Zaha Hadid foi recentemente premiada com a 2016 Royal Gold Medal do RIBA, sendo a primeira mulher a receber individualmente a honraria. Sir Peter Cook escreveu a seguinte citação:

“Em nossa cultura atual tentar agradar a todos, certamente Zaha Hadid é bem sucedida, sendo alguém que ‘fez contribuições significativas para a teoria e prática da arquitetura... com um conjunto de obras substancial, e vez de obras que estão atualmente na moda.’ De fato, sua obra, embora rica em forma, estilo e maneirismo, possui uma qualidade que alguns de nós poderiam se referir como sendo um ‘olhar’ impecável.

E certamente sua obra é especial. Por três décadas, ela se aventurou por onde poucos ousariam ir: se Paul Klee faz um passeio com uma linha, então Zaha pega as superfícies que foram conduzidas por aquela linha e as leva para uma dança virtual e então, habilmente, as dobra e as leva para fora, para uma jornada pelo espaço.

Tendo necessariamente que distribuir os esforços para a produção do estúdio, em vez de ser uma artista solitária, ela se voltou para o potencial do computador de dobrar o espaço sobre si, de forma fluida.

Esta evolução da arquitetura “fluida” se acentuou com o passar do tempo, assim como aumentou a escala de suas comissões, mas na maioria dos casos, elas permanecerem claras em termos de identidade e controle.

Então, estamos concedendo a ela esta Medalha como uma Instituição Britânica - e como uma Dame Commander of the Order of the British Empire [Dama Comandante da Ordem do Império Britânico]: assim, ela pode parecer ser um membro de nosso Estabelecimento Britânico.

Talvez seja um pouco solitário quando se está no topo, cercada por alguns talentos brilhantes em seu escritório, mas um tanto temida e distante dos mais jovens. No entanto, em particular, Zaha é brincalhona e divertida, genuinamente interessada no trabalho de colegas talentosos que fazem arquitetura muito diferentes, como Steven Holl, e ela também foi a primeira a trazer a Londres talentos como Lebbeus Woods e Stanley Saiotowitz. Ela é excepcionalmente leal a seus velhos amigos: muitos dos quais são da época do Alvin Boyarsky na Architectural Association: o que parece ser sua zona de conforto e período de ouro quanto às amizades.

A história da Gold Medal certamente inclui figuras importantes que lideram grandes firmas, e ainda se pondera sobre as operações envolvidas em realizar obras tão fortes como o MAXXI em Roma – onde o poder da organização está tão claro, ou o Centro Aquático para os Jogos Olímpicos de Roma. E ela fez isso de novo e de novo em Viena, Marseille, Pequim e Guangzhou. Ela nunca fora tão prolífica, tão consistente. Sabemos que Kenzo Tange ou Frank Lloyd Wright podem não ter desenhado todas as linhas ou checado cada junção, todavia, Zaha compartilha com eles o preciso papel de atrair as atenções, uma influência distinta e implacável sobre todos ao seu redor. Tal autoconfiança é facilmente aceita em cineastas e treinadores de futebol, mas faz com que alguns arquitetos se sintam desconfortáveis, talvez tenham um ciúme secreto de seu inquestionável talento. Vamos encarar, poderíamos ter dar a medalha a alguma personalidade confortável que a merecesse. Não fizemos isso, demos a medalha a Zaha: maior que a vida, ousada, desavergonhada e certamente adequada.

Nossa heroína.

Quão sortudos somos por tê-la em Londres.”
Via BBC e ZHA

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